sexta-feira, 17 de agosto de 2012

A Mosca Azul x Monstro Lula Vermelha








O Livro:


"Um dos mais esperados livros do ano, A mosca azul é uma revisão honesta da ascensão do PT ao poder vinculada à recente história da esquerda no Brasil e no mundo. Com uma narrativa em primeira pessoa, Frei Betto mescla sua trajetória pessoal à militância política e resgata o sonho de testemunhar "um outro mundo possível" com base nos ideais do socialismo.
O livro não se resume à sua passagem pelo governo Lula à frente do Programa Fome Zero – embora o autor admita a importância do programa para distribuição de renda aos mais pobres através do Bolsa Família. Traz a memória do pai – um guerreiro da esperança – que até o final da vida lutou por seus ideais. Da militância, relembra o cenário político que favoreceu a criação do PT, fala dos momentos importantes que ajudaram a sedimentar a amizade com o presidente Lula e admite a decepção com parcela da esquerda fisgada recentemente pela "mosca azul" no ápice do poder. O escritor saiu do governo pouco antes do episódio conhecido por escândalo do "mensalão" .
Fascinado pelos fatos que marcaram a história, Frei Betto mergulha nas circunstâncias que geraram o efeito Lula e culminaram na eleição do líder sindical a Presidente da República em 2002.
Na viagem ao passado, fala com convicção do ideal construído pela nova esquerda após o golpe militar de 1964, da estratégia política voltada para a capacitação de novas lideranças no movimento popular, da estrela erguida pelo PT sustentada pelo sonho de uma sociedade mais justa."

Leia mais AQUI


O Conceito:

"Diz-se que uma pessoa "foi mordida pela mosca azul" quando ela se mostra deslumbrada com o poder. "
dAQUI

A Síndrome: 


Ouvimos com freqüência expressões como “ele foi mordido pela mosca azul” ou “cuidado com a mosca azul”, curiosamente em uma época na qual um mosquito pode influenciar na sucessão presidencial do País. Mas, afinal, o que quer dizer a expressão “mosca azul”? Duas características aparecem associadas ao termo: o apego ao poder e a vaidade. É como que ser “mordido pela mosca azul” levasse a um estado de embriaguez, de alucinação, em que a “vítima” perde a noção da realidade.
Machado de Assis possui um poema com o título de “A Mosca Azul” que versa sobre uma mosca com “asas de ouro e granada”, “refulgindo ao clarão do sol”. O próprio inseto dizia: “Eu sou a vida, eu sou a flor, das graças, o padrão da eterna meninice, e mais a glória, e mais o amor”. Ainda no poema, um paria (homem da mais baixa classe do sistema de castas da Índia) observando a beleza da referida mosca, ficou “deslembrado de tudo, sem comparar, nem refletir”. Passou a ver na mosca o próprio rosto e a sonhar com poder e riqueza. Julgando estar diante de um tesouro, aprisionou a mosca, levou-a para casa e dissecou-a, ocasionando a sua morte. No final, o poema diz que o pária ensandeceu e “que não sabe como perdeu a mosca azul”. FONTE AQUI.


O Poema:

A mosca azul


Era uma mosca azul, asas de ouro e granada,
Filha da China ou do Indostão.
Que entre as folhas brotou de uma rosa encarnada.
Em certa noite de verão.


E zumbia, e voava, e voava, e zumbia,
Refulgindo ao clarão do sol
E da lua — melhor do que refulgiria
Um brilhante do Grão-Mogol.


Um poleá que a viu, espantado e tristonho,
Um poleá lhe perguntou:
— "Mosca, esse refulgir, que mais parece um sonho,
Dize, quem foi que te ensinou?"


Então ela, voando e revoando, disse:
— "Eu sou a vida, eu sou a flor
Das graças, o padrão da eterna meninice,
E mais a glória, e mais o amor".


E ele deixou-se estar a contemplá-la, mudo
E tranqüilo, como um faquir,
Como alguém que ficou deslembrado de tudo,
Sem comparar, nem refletir.


Entre as asas do inseto a voltear no espaço,
Uma coisa me pareceu
Que surdia, com todo o resplendor de um paço,
Eu vi um rosto que era o seu.


Era ele, era um rei, o rei de Cachemira,
Que tinha sobre o colo nu
Um imenso colar de opala, e uma safira
Tirada ao corpo de Vixnu.


Cem mulheres em flor, cem nairas superfinas,
Aos pés dele, no liso chão,
Espreguiçam sorrindo as suas graças finas,
E todo o amor que têm lhe dão.


Mudos, graves, de pé, cem etíopes feios,
Com grandes leques de avestruz,
Refrescam-lhes de manso os aromados seios.
Voluptuosamente nus.


Vinha a glória depois; — quatorze reis vencidos,
E enfim as páreas triunfais
De trezentas nações, e os parabéns unidos
Das coroas ocidentais.


Mas o melhor de tudo é que no rosto aberto
Das mulheres e dos varões,
Como em água que deixa o fundo descoberto,
Via limpos os corações.


Então ele, estendendo a mão calosa e tosca.
Afeita a só carpintejar,
Com um gesto pegou na fulgurante mosca,
Curioso de a examinar.


Quis vê-la, quis saber a causa do mistério.
E, fechando-a na mão, sorriu
De contente, ao pensar que ali tinha um império,
E para casa se partiu.


Alvoroçado chega, examina, e parece
Que se houve nessa ocupação
Miudamente, como um homem que quisesse
Dissecar a sua ilusão.


Dissecou-a, a tal ponto, e com tal arte, que ela,
Rota, baça, nojenta, vil
Sucumbiu; e com isto esvaiu-se-lhe aquela
Visão fantástica e sutil.


Hoje quando ele aí cai, de áloe e cardamomo
Na cabeça, com ar taful
Dizem que ensandeceu e que não sabe como
Perdeu a sua mosca azul.




Imagens dAQUI 

Um comentário:

Roselia Bezerra disse...

Oi, William
O poder sempre foi uma das maiores tentações do ser humano e, quando nos damos conta, lá vamos nós por esse caminho AZUL... fútil, ouso dizer... que não leva à Verdade e à Vida...
Deus te cubra de todas as bênçãos que vc necessite e te faça sentir a felicidade!!!
Bjs festivos e gratos de paz

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Marginal é a POESIA

que te PARIU!!!!!!!!!!




Violão em Chamas...

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