
O Quadro dedicado a entrevistas neste Blog, o Frente a Frente com o Fogo, hoje recebe António Rosa, do Blog «Cova do Urso» do site «Escola de Astrologia Nova-Lis» de Portugal, um dos 9 maiores Astrólogos do mundo na atualidade, Editor, Astrólogo... a quem eu agradeço por aceitar esta entrevista, e por quem tenho imenso apreço e sou grato por aprender com ele em seu Blog e ser um dos seus muitos amigos e alunos virtuais da blogosfera, afinal ele é uma pessoa que ensina a cada contato, basta observá-lo.
António, quando começou seu envolvimento com o Oculto?
Olá William, muito agradecido por estarmos a ter esta conversa.
Os meus primeiros envolvimentos com o Ocultismo ocorreram era eu muito menino, com 14 anos, em 1963, na ilha de Moçambique. Foi tudo muito natural, sem esforço. E quem me iniciou foram um padre católico e um imão muçulmano. Tenho belas recordações desses tempos. A aprender, em simultâneo, sobre a «Bíblia» e o «Alcorão».
E a Astrologia entrou como em sua vida?
Sabe, William, nem me lembro bem, mas também era muito jovem, com uma idade parecida. Sempre na ilha de Moçambique. Era uma localidade muito pequena e havia uma papelaria que também vendia livros. Nunca percebi porquê, mas esse estabelecimento importava livros básicos de astrologia publicados no Brasil. Curiosamente, não importava os que se publicavam em Lisboa, nos anos 60. A verdade é que eu passava todos os dias por essa papelaria e ficava fascinado por livros destes temas que estavam na montra. Comecei a comprá-los, da minha mesada, e a lê-los. Assim comecei, vai a caminho de 50 anos.
O que é Ocultismo, Esoterismo, Misticismo?
Bela pergunta, difícil de responder, nos tempos actuais. Dá para perceber que hoje em dia, muitas e muitas pessoas misturam os conceitos, ou então têm medo deles.
Ocultismo é o conhecimento mais secreto de muitos temas que ao longo dos tempos não pertenciam à prática comum. Daí, o terem surgido inúmeras escolas, mais ou menos secretas, que aprofundavam estes temas. Ocultismo é o Conhecimento da Tradição.
William, não sei se você sabe que um dos maiores ocultistas de todo o mundo foi o brasileiro Professor Henrique José de Souza, da Sociedade Brasileira de Eubiose. O professor, falecido em 1963, deixou um acervo impressionante de cartas revelação que ainda hoje são estudadas com imensa atenção, em todo o mundo.
( Sim, sei sim, e saiba que jamais imaginava falarmos dele, hoje aqui! Conheço bem pouco sobre a Eubiose, mas o pouco é Fascinante, e o mais interessante é que A Eubiose tem sua sede em São Lourenço, cidade vizinha da minha terra natal Caxambu e cidade onde cresci Baependi, e que com elas compõem uma Cosntelação de Cidades Esotéricas somando também Aiuruoca e São Thomé das Letras!... Nada é por acaso... )
De alguma maneira, pode-se dizer que o Ocultismo está associado ao esoterismo e ao misticismo.
Quanto ao Esoterismo, em meu entender, é a forma como se analisam os conhecimentos para além da vida corrente. Sobretudo, pretende analisar a filosofia que suporta as religiões. Como você sabe, com os Novos Tempos e com a ignorância generalizada sobre estes temas, tudo passou a ser esotérico. Fazer tarot, lançar carta ou runas é entendido como esotérico. Os cristais, as simpatias e bruxarias, tudo é entendido como esotérico. Também as meditações, e as concepções espiritualistas apoderaram-se indevidamente do termo e agora, tudo é esotérico, mesmo que seja a maior treta do mundo. Na verdade, todos deveríamos saber que «esotérico» e o seu antónimo «exotérico» [tendo a mesma pronúncia] referem-se a duas polaridades normalíssimas em qualquer ser humano. O «esoterismo» trata de tudo o que é de dentro, enquanto que o «exoterismo» cuida dos assuntos externos. Tem muito de misticismo e de ocultismo.
Falando no Misticismo, em meu entender é o que falta e bastante às novas gerações de espiritualistas. A interioridade e a conexão com o divino, com o além, com o Superior. Obviamente, não falo do misticismo à semelhança de figuras famosas como Santa Teresa d‘Ávila ou João Evangelista ou, se quiser, como manifestação última, a própria figura de Jesus. É uma comunhão, é uma identidade com o que é divino.
Gostaria que compartilhasse connosco sua opinião sobre os espiritualistas modernos, para
quem não leu ainda, possa entender muitas coisas!
William, pensei muito nesta sua pergunta e percebo que poderia ser útil desenvolvermos este tema, mas depois de muito ponderar, concluí que este é um tema demasiado delicado para uma entrevista. É preferível debater este tema em artigos profundos para que se possa ler com muita atenção.
Sempre houve espiritualistas modernos. Eu, algures no meu passado, fui um espiritualista moderno. Você, também William. O que me impressiona, nos tempos actuais, nesta era das redes sociais em que tudo dizemos sem pensar, é demasiado frequente encontrarmos este disparate, por exemplo: «qual é a sua religião: sou espiritualista». Isto você encontra em todas as línguas com milhões de pessoas afirmando.
É a humanidade a gatinhar para outros registos. Para outros paradigmas.
Onde estas pessoas fanáticas religiosas e vaidosas pelo que sabem espiritualmente se encaixam na nossa sociedade, segundo a Astrologia, elas possuem algum papel neste jogo cósmico?
A astrologia é uma ferramenta operativa multi-dimensional focada no nosso planeta e a humanidade que cá está, ao nível tridimensional. Da mesma maneira que não advoga nada corporativo [engenheiros, médicos, professores, etc.], também não nos mostra a existência desse grupo de pessoas descritas por você.
Através do mapa natal de cada um, podemos avaliar, individualmente, se a pessoa possui registos fanáticos, religiosos [por exemplo, no meu mapa, a religiosidade é muito marcante], etc. Mas não conseguimos perceber a existência de grupos como os que mencionou.
Claro que cada um de nós possui o livre-arbítrio de superarmos o nosso próprio mapa natal, caso contrário estaríamos a falar de ‘controlos fatalistas’ e, pessoalmente, não vejo as coisas dessa maneira.
É evidente que todos nós desempenhamos algum papel neste conjunto cósmico que é a vida e a evolução da consciência. Não nos compete julgá-los. O máximo que podemos fazer é não aderirmos a certas ideias, se for esse o nosso sentido de vida.
Quando você teve a Ideia de criar o «Cova do Urso» e porque desse nome?
Conheci a blogoesfera em 2000, mas era quase toda em língua inglesa e eu estava nessa altura (2000 a 2003) a criar os fundamentos da minha editora e não dispunha de tempo para quase nada. Quando começaram a surgir os primeiros blogues em língua portuguesa, em 2003, interessei-me ainda mais e comecei a acompanhar mais de perto, mas só em 2005 é que me atrevi a entrar na blogoesfera.
Desde 2003 que tenho estado envolvido na criação de projectos para a internet. Sites e blogues. Além dos sites profissionais da minha editora, também criei um site exclusivo para os meus cursos presenciais de astrologia. O material desse site foi posteriormente usado no actual site «Escola de Astrologia Nova-Lis».
Aproveitei a noite de Natal de 2005 para criar o meu 1º blogue, o «Postais da Novalis». O nome derivava da marca da minha editora: 'Livros Novalis'. Entendi que era uma continuação do que eu fazia no meu dia-a-dia. Esse blogue funcionou como uma plataforma atractora, pois quase que não havia blogues em português a falarem de assuntos que hoje em dia são normalíssimos. Havia todo o género de blogues, mas não os de natureza espiritual-esotérico-astrológico-metafísico. Havia a Astrid e a Onda Encantada. O «Postais da Novalis» foi um blogue bem sucedido. Muito bem sucedido. Era uma plataforma giratória.
Ao começar a fazer postes de astrologia no «Postais da Novalis» percebi que havia leitores específicos para este tema e que não se juntavam aos leitores dos restantes temas. Tal como ainda hoje acontece. Uma pessoa interessada em astrologia não significa que se interesse por espiritualidade. O contrário, também. Não quer dizer que não haja leitores comuns. Em 2006 criei um blogue secundário, que funcionava inicialmente na esfera do «Postais da Novalis», a que dei o nome de «Astrologia para Todos», mas depressa se emancipou e, no ano seguinte, em 2007, transformou-se na base do site «Escola de Astrologia Nova-Lis». Há pessoas que conhecem este percurso: a Astrid, a Lucy, a Pitanga, a Onda Encantada, a Magda, e a Clotilde. E muitas outras pessoas.
Dei por mim em Novembro e Dezembro de 2006, a sentir-me inquieto e a começar a pensar em criar um site de astrologia, com o material que tinha no «Astrologia para Todos» e no tal antigo site exclusivo para os meus alunos. Essa ideia ia-se tornando cada vez mais premente. Por isso tomei a decisão de encerrar o «Postais da Novalis» e anunciei o seu apagamento com antecedência, com dia e hora marcada para 5 Fevereiro 2007. Nunca mais voltarei a fazer isso de anunciar com antecedência o fim de um projecto na internet. Não anunciarei o fim de nenhum blogue. Recomendo que se faça apenas isto: um último post a 'encerrar' a actividade, fechando também a zona de comentários. Para que as 'energias' não negativizem. Para que não se torne num 'filho' abandonado.
Criei o site da «Escola de Astrologia Nova-Lis» e quando já estava em velocidade cruzeiro, na minha condição de 'blogger addicted', continuava a visitar blogues e a desejar retomar a minha actividade de blogueiro, como quiser. Mas sentia que estava a atraiçoar o site «Escola de Astrologia Nova-Lis», sobretudo a zona do fórum. Bobagens minhas, claro. Mas o universo é sábio e competente e em Novembro de 2007 encarregou-se de avariar o fórum do «Nova-Lis», não permitindo que se colocassem imagens, ou seja, mapas astrológicos, fundamentais para um fórum tão especializado.
De repente, vi-me a criar um blogue só para publicar os mapas astrológicos do fórum. Era o «Cova do Urso». Urso, porque desde o início da minha actividade blogueira, sempre usei o avatar de um urso castanho, que me foi oferecido pela Astrid Annabelle e que pode ser visto por qualquer pessoa, pois está no topo do meu blogue. Uma amiga minha chama-me «Urso» desde 1980. Imagine só! O nome «Cova» surgiu por inerência, pois era a casa do urso, onde ele hibernava. Mais tarde percebi que o nome atraiu imensa gente, pelo inesperado. Que tem a ver um blogue de astrologia e metafísica com uma «Cova do Urso»? Nada, pensarão uns. Tudo, digo eu.
William, uma «cova» não é sítio onde se «ocultam» coisas? Um «urso» não tem um sentido xamânico? Que nome mais ocultsta eu poderia arranjar para o meu blogue??? :))
( Eu sabia que você sabia! Do poder do Urso! )
Entretanto, como era de esperar, a avaria no fórum ficou resolvida, sem nenhuma intervenção técnica e em Janeiro de 2008, decidi usar o «Cova do Urso» como meu blogue pessoal. Foi o melhor que poderia ter feito. Hoje faz parte de mim mesmo.
Esta resposta ficou enorme...Mas tinha que ser!
( Ficou ótima como todas, tinham que ser! ... )
Qual é a relação da Astrologia com a Política e com Desenvolvimento Sócio-econômico do
planeta?
A relação é total. Hoje em dia é que a astrologia é entendida como ferramenta de consciência pessoal e ainda bem que assim é. No entanto, é uma visão muito limitadora da astrologia. Recordemo-nos sempre que até há pouco tempo, a astrologia servia para os reis e senhores feudais conduzirem os destinos económicos dos seus feudos. Só depois é que se percebeu que cada ser humano possuía um mapa natal. Foi uma enorme revolução
Daria para traçar rumos melhores para a Economia da Europa de hoje através da
Astrologia?
Sem dúvida, William. Eu faço parte de fóruns onde esses assuntos são intensamente debatidos. O meu blogue «Cova do Urso» [anos 2008 e 2009] está recheado de posts mundanos [Astrologia Mundana ou Mundial é o nome desta prática astrológica] não só sobre Portugal, mas sobre inúmeros eventos mundiais. É uma área que gosto muito e que procuro manter em alta com as minhas previsões anuais. Apesar de eu saber que é uma área pouco atraente para a maioria dos leitores, por não lhes parecer «coisa» espiritualizante.
Você daria algum conselho pra Economia e para os Economistas do Euro hoje, com a base nos seus conhecimentos?
Só daria conselhos se os pedissem e como os políticos não sabem fazer pedidos, o melhor mesmo é deixar a humanidade crescer como pode. Os meus principais conselhos já estão dados em forma de artigos sobre a entrada de Plutão em Capricórnio. Desde 2008. Estão todos no «Cova do Urso», é só procurarem. :)))
Já não sei onde li, William, que você próprio advoga que a partir do ano 2020 haverá grandes alterações no planeta. Concordo consigo e acrescento um pozinho: De 2020 a 2022 dar-se-á o início de grandes modificações, assim que Plutão começar a preparar-se para sair de Capricórnio e ingressar em Aquário.
A maior curiosidade que tenho com relação a Astrologia é: Quem coloca o nome em um
planeta descoberto? Quem escolhe, pois escolhe acertadamente o nome que se relaciona com
a energia e o arquétipo que o planeta traz e ainda a sua função na carta natal, isto quer dizer
que há uma ligação entre a atual Astronomia e a Astrologia? Como ocorre isto? Há um estudo
das características energéticas do corpo celeste com relação a psiquê e aí se coloca o nome, se batiza o planeta?
É um assunto engraçado e que nada tem que ver com a astrologia, pois é um assunto da área da astronomia. Existem associações corporativas muito sérias que tratam destes assuntos. O que não faltam são organizações locais e regionais de astronomia. Mas também existe uma Federação Internacional a quem são submetidas as apreciações destas questões.
Os planetas que pertencem ao nossos Sistema Solar têm nome. Do Sol a Saturno (os planetas que eram vistos a olho nu), os nomes são tão antigos, têm uns quantos milhares de anos. Todos sabemos que as civilizações antigas (helénica, árabes, mesopotâmicas) se tocavam, se contactavam, mas a verdade é que estes nomes têm origem no panteão olímpico grego, e também no panteão romano dos deuses, o que nos faz situar em cerca de 4 a 5 mil anos. A tradição ficou.para os tempos mais modernos.
Temos que nos lembrar do seguinte: entre aqueles planetas da Antiguidade e os modernos transpessoais - Úrano, Neptuno e Plutão -, decorreram milhares de anos, tempo suficiente para consolidar a Astrologia, fazendo inclusivamente que estes 3 planetas não sejam necessários na análise de um mapa [os bons astrólogos sabem fazê-lo].
Um pouco de história sobre Úrano:
O sr. William Herschel anunciou a descoberta de Úrano, em 13 de Maio de 1781, expandindo as fronteiras do Sistema Solar pela primeira vez na história moderna. Úrano foi também o primeiro planeta descoberto per meio de um telescópio. Deu conhecimento disso ao «Astrónomo Real Britânico». Vários astrónomos trabalharam na análise do planeta, sua órvita e características. O primeiro nome do planeta, dado pelo astrónomo foi «Georgium Sidus» (Estrela de George) ou «Georgian Planet» em homenagem ao Rei de Ingaletrra, Jorge III. mas este nome não deixou ninguém feliz, fora do império britânico. Foram sugeridos outros nomes até que, finalmente, se fixaram em «Úrano», vários anos depois da sua descoberta. O argumento foi simples: se Saturno era o pai de Júpiter. logicamente, o novo planeta só poderia ser o pai de Saturno - Úrano. Só 70 anos depois é que se consolidou o novo nome. As coisas eram mais lentas, então...
Como se pode constatar, a astrologia não é chamada a intervir nestas questões dos nomes dos planetas.
Neptuno (ou Netuno, no Brasil) foi descoberto em 19846 e com facilidade atribuiram-lhe o nome, pois aquilo que se via nos telescópios era uma bola azul, rapidamente os astrónomos atribuíram o nome do «deus romano dos mares». Foi muito pacífico.
Plutão, formalmente designado 134340 Plutão, é um planeta anão do Sistema Solar. Originalmente classificado como um planeta, Plutão é atualmente o maior membro do cinturão de Kuiper. Foi em 2006 que a União Astronómica Internacional (UAI) decidiu reclassificar este planeta, passando a considerá-lo «planeta anão», à semelhança de Quíron, nos anos 60 e que, por esse motivo, nunca entrou no alinhamento do sistema solar. Mas nos anos 60 não havia a designação de «planeta anão», mas sim de «planetóide». Eris e Ceres também estão neste âmbito.
Em astrologia estas classificações não têm qualquer importância, pois o que valorizamos é a sua simbologia. Foi descoberto em 1930. O Observatório Lowell, que tinha o direito de nomear o novo planeta, recebeu mais de 1 000 sugestões do mundo inteiro, variando de Atlas a Zynal. O nome Plutão foi sugerido pela menina de 11 anos Venetia Burney, apreciadora de astronomia e mitologia clássica, escolheu o nome do deus romano do submundo, Plutão, adequado para um objecto presumivelmente escuro e gelado.
Os planetas de outros sistemas afastados não têm nome, mas sim um código alfa-numérico fornecido por um computador, onde ficam guardados esses registos. Só lhe dou um pequeno exemplo: neste momento já foram descobertos em vários sistemas estelares bem distantes mais de 500 planetas com a dimensão aparente de Júpiter. Já imaginou o que seria atribuir nomes a todos eles. Se nem todas as estrelas têm nomes, mas sim os tais códigos alfa-numéricos. Mais ainda, se nem todas as galáxias ou enxames estelares têm nome, apenas códigos. Quanto mais os cientistas criam observatórios gigantes e de alta precisão, mais objectos celestes aparecem. Neste momento, nem o observatório mais qualificado consegue avistar o fim do universo.
Durante séculos e milénios (uns 4 milénios) a astrologia e a astronomia eram tratadas na mesma base, pois todo o céu era visto a olho nu. Não havia ferramentas. Quando começaram a surgir essas ferramentas, começou dar-se a separação destas duas áreas. Ainda bem que hoje são assuntos separados, pois a astrologia está concentrada em objectos celestes muito concretos e conhecidos. Só não percebo porque os astrónomos estão sempre a falar contra os astrólogos. Como não percebem nada de astrologia, falam sem conhecimento de causa.
O que fica subjacente nesta questão é bem simples: como é que nomes escolhidos por astrónomos (de Úrano em diante) se aplicavam tão bem à base psicológica e simbólica usada em astrologia? Esse é o grande mistério, pois é o resultado de intenso estudo por parte dos astrólogos. Por alguma razão se afirma que a Astrologia é uma «linguagem divina», naquele sentido das coisas funcionarem bem, mas não encontrarmos uma explicação lógica.
Não nos podemos esquecer que até à 200 anos, a humanidade só estudava a simbologia dos planetas até Saturno. Por alguma razão falamos em «evolução da humanidade». Consoante esta humanidade vai estando mais preparada, vão surgindo os indicadores para avançarmos mais fundo dentro de nós mesmos.
A humanidade sempre evoluiu, desde os primórdios de tudo. Nos últimos anos é que se ouve falar muito em «evolução espiritual». Mas sempre houve. O ser humano sempre buscou entender e sentir aquilo que lhe escapava. E está a conseguir.
Não gosto de ouvir quando astrólogos chamam a astrologia de «ciência». Fico com a sensação que esse astrólogo se deveria dedicar a outra área de vida, pois está a fazer um mal imenso a esta «Arte» e a esta «Linguagem».
( Enfim eu li a resposta! rrsrs Inacreditavelmente mágico isto pra mim sabia!?! )
Quando não havia ainda sido descobertos os planetas “novos”? Como se dava a leitura do
mapa astral?
Durante milénios a «Arte» era praticada com planetas até Saturno, e posso garantir-lhe que funciona lindamente. Hoje em dia, esta área é conhecida como «Astrologia Tradicional», com algumas variações. O seu conhecimento é de grande utilidade e em meu entender todos os astrólogos deveriam passar por aí, para não inventarem no momento em que fazem as suas análises e interpretações.
Todo o Ocultismo tem por base os conhecimentos da Astrologia Tradicional, que possui regras muito rigorosa.
Os chamados astrólogos modernos, sobretudo os que escrevem, ficam nervosos perante a Astrologia Tradicional, pois como a desconhecem, não sabem muito como se desenvolverem com o assunto. Até porque são muito dados a não ligarem às energias intrínsecas dos planetas nos signos. Por exemplo, Júpiter em Gémeos está em detrimento. Como iremos todos analisar os trânsitos das pessoas?
A Influência de um Astro na Vida de uma pessoa, ocorre como e através de que ligações?
William, eu gostaría muito de ser claro no seguinte [é um ensinamento Ocultista): o ser humano é sempre superior ao seu mapa natal. Transcende-o. O mesmo se passa com os outros «logia»: tarot, cartas, etc.
Nunca se saberá exactamente como é que uma linguagem tão complexa como a astrologia funciona tão bem. Só pode ser porque é uma Linguagem Divina, criada e oferecida aos seres humanos. Quanto mais se aprofunda na astrologia, quando mais se estuda mais nos apercebemos que a astrologia é de um rigor impressionante.
Como você explica Livre Arbítrio e a Astrologia?
Não são incompatíveis. Vou dar um exemplo muito comum, que pratico com os meus clientes: se eu vejo que Marte em trânsito está em mau estado celeste, gosto de os prevenir para terem cuidado com a condução, com ferramentas, facas de cozinha, enfim, que se cuidem com eles mesmos. William, nem imaginas a quantidade de feedback que tenho recebido ao longo dos anos dessas pessoas que me contam histórias impressionantes. Umas vezes usaram o meu conselho e puseram o seu livre-arbítrio a funcionar e escaparam de acidentes (e contam-me as histórias). Outras vezes, não ligam e aí as energias do mapa tornam-se senhores absolutos e tenho histórias de acidentes terríveis.
Imagina William, que eu olhava para os teus trânsitos e percebia que no final deste ano o teu Saturno transitará pela tua Casa V (amores, criatividade, filhos) em Escorpião. Em consulta, eu teria por obrigação explicar-te o potencial energético de uma situação destas, que só voltarás a repetir daqui por 29 a 30 anos. Depois de tudo explicado, serias tu a exerceres o teu livre-arbítrio, exactamente para que esse Saturno seja mais suave na sua actuação. Depende sempre de nós. A nossa relação amorosa está fraquinha? Que decidimos fazer? O costume? Esse é o livre-arbítrio.
( Lindo! )
Porque ocorrem fatalidades na vida humana se está tudo ligado e “programado”?
Tudo está ligado, mas não programado de forma fatalista como tanto se gosta de enfatizar. Vejo muito nas relações amorosas, hoje em dia. Vou usar esse exemplo de vida para falar sobre essa tal ‘programação’.
Imagine que Saturno está a transitar a sua Casa VII, provocando situações muito delicadas no seu relacionamento. É aí que entra o livre-arbítrio. Que é que você escolhe: deixar-se abater pelo peso das tais situações delicadas e, com isso, terminar a relação, ou escolhe manter a calma, não se deixar abater por tudo aquilo de difícil que a vida lhe está a trazer [carma] e superar-se, acreditando na relação?
William, você bem sabe o que os jovens [e menos jovens, também] fazem hoje em dia: terminam tudo e partem para outra, sendo muito difícil que as relações funcionem de forma positiva. Se não resistem a uma certa turbulência...
Planeta vivo, existe? Você acredita que cada planeta possa ter uma Alma?
Sim, acredito. Aquilo que você chama de Alma, em relação aos planetas, eu chamo de Logos. É quase a mesma coisa. «Gaia» é o Logos do nosso planeta Terra. É um nome lindo, não acha?
É verdade que o novo regente do signo de Touro é a Terra e não mais Vênus?
Não, não é verdade. Nem será nunca, pois a astrologia é vista do planeta Terra. Esse é um enorme mistério: os signos Touro e Virgem. Ainda não se sabe quem serão os planetas regentes. Por enquanto, nada existe nesse sentido. Por enquanto, está muito bem com Vénus...
Existe mesmo uma Era de Ouro comprovada pela Astrologia?
William, você agora deixou-me confuso, pois não sei a que Era de Ouro você se refere, pois existem várias Eras de Ouro, ao longo do desenvolvimento da humanidade. Não sei se a astrologia comprova isto, pois o que me parece poder comprovar são ‘janelas’ de oportunidade.
Para ter uma ideia do que estamos a falar: o Brasil está a iniciar uma fase excelente e não se sabe se daqui a 30 anos não será chamada de Era de Ouro! A Era de Ouro da Inglaterra ocorreu durante o reinado de Elizabeth I. A Era de Ouro de Portugal foi nos séculos XV e XVI. E por aí fora.
Obviamente este conceito foi aproveitado pela editora que publicou um livro com o mesmo título, com supostas canalizações de Saint Germain. Foi um êxito editorial do início dos anos 2000 e que agora está bastante esquecido. Como dá para perceber, houve uma boa jogada de marketing e alguém foi buscar o conceito ‘Era de Ouro’ que sempre foi associado ao desenvolvimento histórico e económico de partes muito concretas da humanidade e foi levado para os assuntos espirituais. A verdade é que funcionou e o livro vendeu-se muito bem, e obviamente, a sua pergunta parece ser o reflexo disso. Desculpe-me estar a ser tão frontal.
( Tudo bem eu compreendo o 'quadro' que você nos esclareceu tão bem! )
Muito se fala hoje no Brasil sobre a Astrologia Cármica, o que é Astrologia Cármica?
Não é só no Brasil, é um assunto mundial. Mais ou menos procuro acompanhar este assunto, pois dediquei e dedico uma parte da minha Arte a este tema. Tenho escrito bastante sobre isto.
Vou tentar simplificar, pois isto é uma entrevista e não devo maçar os seus leitores com questões técnicas.
É uma astrologia praticada na base de dois conceitos muito simples: carma e vidas passadas. Assim, a posição dos planetas no mapa das pessoas passa a ter um significado mais especial do que apenas o lado psicológicos. Tudo no mapa natal tem que ser tido em conta.
Mas se quisermos ser verdadeiros para com quem estamos a interpretar o mapa, não nos podemos esquecer do dharma, que também se vê em astrologia.
Por exemplo, como tenho o seu mapa, posso dizer-lhe aquilo que você já sabe: você tem o seu dharma [Júpiter] e o carma [Saturno] no mesmo posicionamento astrológico, no mesmo signo, na mesma Casa... Só isto mereceria da parte de nós os dois, uma longa conversa.
Agora vou te fazer algumas perguntas mais pessoais...
Venham elas.
Como está a vida amorosa do António Rosa, hoje?
William, você está a perguntar-me se tenho alguma relação, casamento ou ligação aos meus 63 anos? É isso? Vivo só nos últimos anos e creio que vou continuar assim. kkkk
( kkkk )
Quais são seus projetos para seu futuro profissional?
Acabei agora de me aposentar de editor de livros, por isso sobra-me tempo.
Neste momento estou ocupado a preparar a mudança da minha residência, pois neste Verão [aqui no Hemisfério Norte] vou viver para o interior de Portugal, para uma eco-freguesia, muito cuidada e que possui o melhor de todos os mundos, pois por perto tem tudo: praia, campo, cidade, tudo mesmo.
Quero dedicar-me mais à astrologia, sobretudo fazendo aquilo onde sou mais eficaz e competente: nas consultas, em conversas a dois.
Também quero continuar a escrever e publicar no «Cova do Urso», gratuitamente, para todo o mundo.
Sobretudo gostaria muito de fazer aquilo que só fiz 2 vezes na vida: ter um cliente em regressão, que me forneceu muitas informações muito precisas, tendo conseguido localizar os sítios onde nasceram. A partir daí fiz o mapa natal dessa vida e o da vida actual. Isto parece uma coisa maluca, mas as minhas duas experiências funcionaram perfeitamente e fizeram todo o sentido a ligação entre as vidas. Não o fiz sózinho, tive a companhia de duas amigas astrólogas que me deram todo o apoio. São casos especiais de investigação. Não são consultas comuns. Um dia que haja oportunidade, faremos essa experiência os dois.
( Que interessantíssimo, nós lemos as nossas mentes em além tempo, uma fina conversa geminiana! rsrsrs Com certeza ! )
Você se mudaria para o Brasil?
Sim, sem dúvida, para o Sul do Brasil. Longe das grandes cidades.
E pra Argentina?
Já, a correr, se eu pudesse. Também para o Sul. A minha atracção é sempre para o Hemisfério Sul e quanto mais ao Sul, melhor, a caminho da Antártida.
Quando descobriu a Argentina, a Patagônia, como nasceu este Sonho?
Creio que esse fascínio existiu desde sempre. Lembro-me perfeitamente de ainda jovem e já conhecia a literatura argentina mais importante da época: Jorge Luis Borges, Julio Cortazar, Adolfo Bioy Casares e Ernesto Sábato. Todo um mundo que me fui adentrando. Depois veio a fase de conhecer o mundo artístico, com nomes como Luis Barragan, Raquel Forner e muitos outros. Não nos podemos esquecer da música, com cantores fabulosos como Mercedes Sosa, Carlos Gardel e Mario Clavell, entre muitos outros. Obviamente, o tango teve imensa importância na minha vida, como factor identificativo de um país.
Sempre soube que a Argentina era o meu país de sonho. No entanto, durante muitos anos viajei imenso, mas nunca tinha ido à Argentina, até ao ano de 2005, com 56 anos.
Essa decisão não partiu de mim, no sentido objectivo de ter decidido fazer a viagem até à Terra do Fogo. Foram várias ocorrências, todas elas de carácter Ocultista, que ainda hoje não encontro uma explicação lógica, mas a verdade é que mão ando à procura disso. Foi vivido e pronto.
Vou ter que me alongar um pouco, William, pois quero partilhar isto em voz alta.
Entre os anos 2000 e 2003 submeti-me a um longo processo iniciático, que me envolveu completamente, ao ponto de ter passado por um longo processo de regressões, com o intuito de limar e dar-me compreensão e emoções sobre a minha vida actual.. A partir de certa altura, nas regressões, começou a realçar que algures no meu passado, fiz parte de um povo nativo que habitava a Terra do Fogo e que, em duas dessas vidas, terei morrido no mar e o meu corpo não terá sido resgatado, para ser feito os funerais fúnebres que eram usais nessa época.
As coisas estavam assim e eu não entendia o que podia fazer. Em termos meramente mentais [imagine as partidas que a nossa mente nos prega] eu pensava que isso estava associado a outras razões que me levavam a não poder desfrutar de muita praia.
A verdade é que, após esse processo de regressões, as coisas começaram a movimentarem-se lentamente: eram os sinais a aparecerem. Foram imensos e todos ligados a Ushuaia, a Patagónia argentina e a Terra do Fogo. Eram artigos de revistas, programas de televisão, conversas sobre o assunto e eu a começar a interessar-me sobre essa zona do mundo, mas nunca associei às regressões. Nunca. Até Maio 2005.
A já falecida escritora americana, Aurelia Jones, lemuriana, criadora e divulgadora das ideias espirrituais associadas ao Monte Shasta e a Adama, sobretudo através do livro «Telos», que é toda uma arte de pensarmos como funcionará 5ª dimensão. Este tema está muito divulgado.
Pois esta senhora iria dar uma conferência em Madrid e eu, fascinado com a escrita dela, meti-me num avião para estar presente nessa palestra. Por outro lado tinha conseguido uma entrevista com ela para o dia seguinte para tratarmos da publicação em Portugal do seu livro «Telos».
No dia seguinte, essa conversa transformou-se em algo inesperado, pois a Aurelia Jones começa a canalizar à minha frente e a dizer que eu deveria ir à Terra do Fogo resgatar dois corpos meus que estavam no mar e entregá-los em terra, para que fosse feito o funeral ritualístico. Nessa canalização ela foi muito clara dizendo que eu deveria fazer uma viagem de barco por essas águas [mais tarde confirmei que era o canal Bealgle]. Foi uma história que me deixou quase sufocado, pois maior sinal não existia.
Regressei a Portugal, apreensivo, a pensar como iria eu arranjar tanto dinheiro para fazer essa viagem. Estávamos em meados de Maio de 2005. Inesperadamente, entrou um dinheiro que eu já tinha pensado que não receberia nunca. Imediatamente segui a minha intuição: viajar para lá. Viajar de encontro aos meus sonhos. E assim foi. E resgatei esses corpos, o que foi uma experiência esotérica profunda, que me fez chorar muito, então.
( Nossa que história de Poder! )
É chato ser astrólogo, todo mundo pede mapa? Ficam te pedindo conselho? Como é?
Já foi pior. Mas eu próprio aprendi a distanciar-me e a fazer de conta que não me estão a pedir nada. As pessoas pedem muito do estilo: «dar uma olhada»...
Eu tenho uma norma que não divulgo publicamente, que é dar mensalmente uma consulta completa gratuita pelo Skype. Consoante os emails que recebo, assim selecciono os candidatos/as.
Você ministra algum curso atualmente?
Em 2005 desisti de dar cursos. Já não tenho muita paciência, aos meus 63 anos, para projectos de longa duração. Prefiro escrever e publicar no blogue. A única coisa que faço em termos públicos, é uma vez por ano dar uma aula, aberta a todas as pessoas e trato de um tema específico em cada ano. O último encontro foi para tratarmos da crise económica europeia e mundial.
Está escrevendo algum livro? Poda elaborar um livro de fotos de Moçambique (Eu sempre
penso nisso!)
William, apesar de eu ter sido editor uma parte significativa da minha vida, actualmente, o «livro» em si é um assunto que já não me interessa. Já não me fascina. Perdi o interesse por esse objecto. Com isto não estou a advogar o desaparecimento do livro. Nada disso, até porque é uma indústria que dá salários a muitas pessoas em todo o mundo. Mas acredito que, inevitavelmente, num futuro não muito longínquo (30 a 50 anos) o «livro» enquanto produto sofrerá alterações significativas.
Tendo eu Júpiter em Aquário, sou muito virado para as modernices tecnológicas, sobretudo as ligadas à internet. Se eu para responder à sua entrevista não usei papel, foi tudo no computador, e nem sequer lhe enviei o ficheiro, pois limitei-me a colocar online e dar-te acesso ao texto. Se advogo esta modernidade, porque iria pensar em publicar livros? Já publiquei os suficientes ao longo da minha vida. Agora, quero modernidade. Meios límpidos.
( Eu não havia visto estas questões ainda, e me fascinou! Grato! )
Tem planos de vir ao Brasil? E de realizar algum curso ou Workshop no Brasil?
Adoraria voltar ao Brasil para estar contigo e ver os amigos. Gostaría imenso de te conhecer, William. Mas nem pensar em dar algum workshop. Para quê? kkkkkk Isso não faz a minha cabeça. Se em Portugal só dou 1 aula por ano, porque é que no Brasil iria alterar isso? Para mim, ir ao Brasil é para estar, sentir, dar abraços e beijos aos amigos e amigas, dançar nas baladas de pagodeiros, comer bem e curtir esse lindo país, beber suco de maracujá, espreitar uma Escola de Samba [ William, tu serias a pessoa ideal para me iniciar nestes mistérios, ir ao Rio de Janeiro, ao Rio das Ostras, a São Paulo e Ubatuba e a seguir, rumar até ao Sul, junto à fronteira com a Argentina. Achas bem este itinerário?
( Acho perfeito, e ainda te levo ao Sul das Minas Gerais, no alto de uma montanha mágica de cristais! )
Gostaria que deixasse um recado para nossos leitores e amigos que aqui vierem te ler, uma
dica astrológica?!...
Não é bem uma dica astrológica, pois isso é muito difícil, já que cada pessoa tem o seu próprio mapa natal, mas sim, uma ideia bem simples: viver com verdade, sem preconceitos, aceitando os outros, não os julgando. Apenas isto.
António, eu te agradeço mais uma vez querido, a sua amizade, todo
conhecimento que você viabiliza através do seu trabalho, de seu empenho sério
e dedicado não somente no campo da Astrologia, mas ao Conhecimento. Quero
dizer mais uma vez o quanto você é amado por todos os seus amigos e por seus
alunos, todos nós aprendemos muito com você, e sentimos e vemos a pessoa DO
BEM que és!
E que você ARRASOUUUU nas respostas, eu não imaginava tanto brilho! Um típico charme e inteligência do sol em gêmeos não é!? Modestia parte! rsrsrsrs
Fique a vontade para acrescentar o que desejar a entrevista, se quiser dizer algo
que não está na pauta, fique livre e se sinta em casa!
William, é mesmo para me despedir, enviando-lhe um grande abraço, de enorme agradecimento, por se ter lembrado de mim para esta troca de ideias. Admiro muito o teu trabalho.
*******************************++