quinta-feira, 15 de abril de 2021

O Canário Amarelo e o Beijo de Estrela

 


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Poemas que poderiam ser modernistas, vanguardistas, anarquistas, mas são TRANSbarrocos.
Éramos canários lindos
Em meio a bandos infinitos de pardais!
A verdade incomoda Dói, arde, apavora surdos ouvidos! Especialmente em um mundo que está acabando E já caducou!

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Ó voz que clama no deserto...

Despertou a noite

Acordou o mundo

Está em mim agora

No meu corpo-Ativa

Deu-me nova vida!               

 


 

Beijos de Estrela

 

Teus beijos são

Atemporais

Vivais!

São beijos de estrela

Que me estalam n’alma

 

E o que seriam

beijos de estrela?

Seria algo feito

A “Boca de Luar”

de Carlos Drummond de Andrade

a me encantar para sempre

Tamanha simplicidade e doçura...

Teus beijos são beijos de estrela

Caídos do céu

em minha boca

Iluminando-me por dentro!

 

Feriu-me o calor do céu

e o gelo

do meteorito...

_____________

06/ 06 / 2000


 

Clichê Permitido

*Caso for mesmo sentido

 

Sou um homem

Di(VERSO!)

Tanto

Que me perco

Em mim

E tem dias

Tensos

que nem trabalho

que nem como

nem vivo aqui...

O Canto de Eros-Poesia

 

Desferi flechas envenenadas

Do meu sangue dourado

A população humana atingi

Deixei-a mais uma vez apaixonada

e caduquinha de desejo

Enlouquecida de verão

Cada pessoa!

Agora todas as sociedades estão

loucas de mim...

E toda a poesia que vivia

em meu ser cativa

se libertou!

E invadiu a corrente sanguínea

de todos os povos

Através de minhas flechas envenenadas

Eu tupiniquim-menino-anjo-barroco

Travesso

Desferi flechas envenenadas de mim

Do meu sangue-verso

Sangue-água

Eu que sou puro veneno

Puro desejo

Puro encanto de amar demais!

Acabei sozinho

...

Na rua do tempo

Abram alas!

É o bloco da saudade

que vai passar...

Nele sou a Porta Estandarte!


A Profecia do Apocalipse-Verão

 

Olha!

 

Olha aquele vivo anjo

 

a voar no sol!...

 

É o verso em chamas

 

que clama

 

Pelo nome dos astros

 

Evoca

 

Todos os deuses em meu corpo

 

Batiza

 

Em mim

 

A Alma da Lira!

 

...

 

É o verso que chama

 

A vida do fogo

Em minha vida!

 

Verso Base:

Olha!

Veja

aquele vivo ANJO

a voar no sol...


 

Poesia Quebra-pedra!

 

Minha poesia quebradeira

Quebra-pedra

Vai se indo...

...vai crescendo

noite a dentro

“noitedeira”

Mesmo sem água

em terra dura

Noite escura

ou

sol rachando de fervendo

Ela cresce

Quebradeira

Debaixo de pedra fria

Ela dura

Meu verso brota entre as rochas!

‘Té que um dia romperá

até mesmo concreto e asfalto!

Brotou hoje simples

Entre as rochas e deu frutos

Na Rua Augusto Rocha 35,

Centro,

do mundo!

 

____________

Baependi 2000


Patinho de Borracha

 

Quando eu for rico
Quero um patinho de borracha
AMARELO
Pra tomar banho comigo
e nadar numa banheira
de espuma e louça branca
E eu serei feliz finalmente
escutando todos os dias
o seu canto amarelo ovo:
Borracha!
Borracha!
Borracha!

_______

2000

Conexão com o Oriente

 

Esta noite uma estrela

conversou comigo

pelo vidro da janela

E me disse coisas de brilho

que eu não decifrei ao certo

Apenas sentia

nosso contato

Eu ainda jovem

Ela tão pequenina

Eu já sonolento

Ela tão cheia de faísca

Depois veio um vento forte

E tocou ela pra longe

Para outra janela

De outro sonhador

lá do Oriente...

e esta conexão foi MAIOR

do que eu podia sonhar!




 

Espelho meu...

 

Um dia vai ler os meus versos

Uma garota romântica

e sincera

De outro país

ou do Nordeste

E vai entender

que um dia

Viveu alguém

tal como ela

Cheio de paixões

que acabavam em pobres refrões

E cada uma das estações

Cheia de imprevistos...

Davam canções

Que deram livros!

 

 


 

Astros Cadentes

Valentes Diabos

 

Vocês são as estrelas caídas

Da aurora dos dias finais!...

Vocês são as dores

reprimidas

Reis do mundo e nada... Nada mais!

Filhos do Tempo

E eu não sei o motivo

Mas o tempo acabou

E nem me esperou

Eu tinha recém-chegado...

Estava ainda todo alado

Vindo em harpa do céu!

Mas acabou

Terminou o mundo

E enlouqueceu as gentes

E cadê do baile todo?

Que foi da alegria

do Menino Deus?

Mas vocês estavam ainda ali

De pé sobre a roda e a moenda

De pé sobre o mundo se acabando

Fumando um cigarro de palha

Bebendo uma cachaça mineira

Vocês são a dor bandida

de quem não quer

nada mais dessa vida

Vocês são os espelhos fatais...

A quem vier e ver

As feridas humanas resumidas

Alegorias da dor e do desamparo

Escárnios

Fantasmas de desejos impossíveis

Paixões fatais e nada,

nada mais!

...Que Gloriosos Decadentes!

Somos eu e vocês

os mesmos Reis!

Incomodamos por estarmos vivos!

Ardentes Vampiros

Com seus violinos

e rosas vermelhas no peito

Vestidos de preto e vermelho!

Empunhando firmes

livros de poemas

e feitiçarias

Somos companheiros de noitadas

Escondidos em bares e porões-sociais. Por isto tudo

fomos perseguidos

Aprisionados

cativos em casa mesmo

feito pássaros coloridos

em meio a bandos infinitos

de pardais                              

Somos cantores invejados

de ópera bufa ou do jazz band!

Apanhamos da vida feito burros

e fomos perseguidos feito loucos

Éramos canários lindos

Em meio a bandos infinitos

de pardais!

A verdade incomoda

Dói, arde, apavora surdos ouvidos!

Especialmente em um mundo

que está acabando

E já caducou!

Mas este mundo não morreu ainda

Feito praga ou sina

Caducou de motivo e eternidade

E a resposta a todas estas questões humanas

pode matar quem sofre do coração!

-Todas as respostas foram roubadas

pelo medo da solidão!-

E vocês meus amigos?

Mal compreendidas

crianças da noite

Vocês que as madrugadas frias

lhes foram abrigo

E o rock clássico e melódico

lhes deu voz e ar!

E os embalou entorpecentes verões

de estrelas ainda intocadas

pela imaginação

Vocês ainda cantam

e seguem em frente

Neste mundo feio

e pobre de sonho

Mesmo com medo

seguem em frente...

Marcham!

Plantando novamente

as sementes do sol

E guardando para que desta vez

elas não sejam pisadas

E o que mais fizeram?!

Aos olhos dos zumbis

professores da matéria

não fizeram nada...

Jogavam RPG a noite inteira

Fumando cigarro

Em vida desvairada

Poetas boêmios

Crianças mal-amadas!

Mas em verdade viveram

e se libertaram

Agora ninguém os prenderá!

Mesmo tendo a triste dor

de caminharem num mundo de gente

que está dormindo...

Aguardam o dia

em que todas estas baladas

compostas por suas superações

Vão acordar todos os tempos

Os universos todos!

E que o sol volte a brilhar

em Ultra Heave Metal

Transcendendo

cordas finais

de um “violino vermelho”

igual do filme!

...

Agora crescemos?

Nos distanciamos...

Mas sei que nos encontraremos lá

no Dia do Apocalipse!

Nós todos estaremos gloriosos

Vestidos de reis alados

e coroados de atômicos sóis

Juntos de novo

Quando este mundo feio

finalmente terminar

E poderemos sempre

nos chamar de amigos...

Pra mim vocês serão sempre

Os Campeões do Tempo!

 

·        Para meus amigos do RPG:

Role-playng Game.


 

O Adolescente Rebelde

ou

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