... realiza mais uma momento incrível em 2013
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De repente a escuridão. Neblina, pouca luz, e um arrepio corta a espinha. Em meio a olhares curiosos e ansiosos, daqueles que buscavam algum ponto de referência, surge uma fila de senhores elegantemente vestidos de vermelho e branco e saudando a multidão que os acompanhava. Como em uma cena de filme, todos são transportados para a Candelária. Era 1963, e a comissão de frente do Salgueiro tomava a pista, como em um passe de mágica, cantar novamente Xica da Silva, a escrava que virou rainha. A emoção tomou conta do ambiente e arrebatou todo o público. Mesmo aqueles que tentassem resistir.
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Em meio às luzes surge ela. A Iemanjá espelhada da “Bahia de todos os Deuses”. Uma maluquice inventada por Arlindo Rodrigues. Como uma lenda encantada, arrombava a retina de todos que para ela olhavam. Hipnotizados viram a alegoria desaparecer no túnel de luz, assim como a original, oferecida em oferenda à homenageada após o arrebatador campeonato de 69.
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Sempre buscando valorizar a memória daqueles que ajudaram a construir a história do maior espetáculo da Terra, o evento prestou reverência para algumas das maiores personalidades da história da escola tijucana. Djalma Sabiá, fundador da Vermelho e Branco, Zuzuca, compositor de sambas que estão para sempre gravados na memória da folia carioca, Fernando Pamplona, o carnavalesco que ajudou a mudar a maneira de pensar e ver um desfile de escola de samba e Casemiro Calça Larga, mítico diretor de harmonia salgueirense.
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Recriando uma tradição da década de trinta, o evento promoveu a escolha do “Cidadão Samba”. No início do século a escolha era feita pela imprensa. Na modernidade dos dias atuais, a escolha foi feita através da internet. Nomes de peso como Neguinho da Beija-Flor, Monarco e Martinho da Vila estavam no páreo. Mas o resultado consagrou a genialidade de Zé Katimba. E a escolha não poderia ser mais acertada. Emocionado, o “Cidadão Samba” de 2013 subiu no palco com uma bandeira da Imperatriz e embalou todos ao som de “Martim Cererê” (1972) e “Em teu cabelo não nega” (1981). Duas composições suas que embalaram a Verde e Branca de Ramos.
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Como a cereja do bolo, um encontro inédito encerrou a noite. Jair Rodrigues, Elza Soares e Martinho da Vila entoaram sambas antológicos como “Heróis da liberdade”, “Aquarela Brasileira”, “Salve a Mocidade” e tantos outros. No fim, eles tiveram a companhia de Leonardo Bessa, um dos intérpretes oficiais do Salgueiro, para fazer todos embarcarem no Ita e “explodirem o coração” de felicidade, já contando os dias para o próximo ano. Naquele sentimento que apenas a quarta-feira de cinzas nos deixava. "
"Isabel Valença, no amanhecer com a Candelária ao fundo... eterna imagem do desfile de Chica da Silva no Salgueiro..." Milton Cunha
Confira a fonte deste texto neste Link: http://www.carnavalesco.com.br/detal_carnavalesco.php?car_id=4662
2 comentários:
Oi Willian
Exitem desfiles que realmente a gente nunca esquece. Chica da Silva, por sua história sempre chama a atenção. Para mim existem três chicas: a de Diamantina amante do intendente, Isabel Valença no desfile e Zezé Mota no cinema.
Bjux
Olá, amigo
O Carnaval, apesar de ser uma "festa da carne"... nos ensina muito... é só olhar e querer enxergar...
Bjs fraternos de paz e pascais
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