Martin Fierro, de José Hernandez, é considerado a 'Biblia dos Gauches', povo dos pampas argentinos, um povo cheio de histórias, de maneirismos, carácter próprio e música, que se assemelham muito ao nosso caipira, com suas lendas e conduta correta, perante a vida, os homens, a miséria, a colheita... a mulher... Com suas canções que assentuam sua maneira firme de ser...
Sem dúvida, faz parte de uma Argentina pouco conhecida!
Estes gauches reuniam-se em tavernas para tocar suas guitarras, recitar especies de 'desafios', e poesia...
Lugares fechados as mulheres...
Este Povo muito ainda possui de mistérios, e aqui no Brasil, a maioria das pessoas não ouviram falar deles...
( Como eu, até minha viagem a Argentina. ) Podemos associá-los aos Gauchos, claro e evidente, mas ainda assim sua alma e seu espírito, para mim se diferem, pois seriam mais selvagens... mais sofridos talvez! De alguma forma que não sei ainda explicar.
Temos aqui no Brasil muitos preconceitos torpes, quanto aos Gauchos, especialmente no Sudeste do Brasil... temos muitos preconceitos com relação aos Argentinos, por causa do futebol, mas são todos preconceitos e não podemos dar atenção a este tipo de comportamento, que tanto segrega... deixamos sim de apreciar a forma de ser, a poesia e a beleza de um povo quando nos comportamos assim!
O Livro Martim Fierro, é todo escrito em versos, e utiliza muito do vacabulário gauchesco, que torna sua tradução muito difícil.
Vamos a alguns trechos de Martin Fierro o Gaucho emblemático de José Hernandez, cantados em versos, que exprimem a sabedoria e a "manha" do Gaucho ( gáucho ) escrito como se fossem seus provérbios ou 'Cantares do Gaucho', tive a feliz sincronia de encontrar já traduzido o meu trecho favorito, nãop sabia que havia uma tradução em português.. e vou em busca da mesma para facilitar minha leitura, pois ganhei o livro de um amigo argentino e estou ainda no meio do livro, mas o linguajar regional está me dificultando um tantinho, a traduzir de forma fluída.
"No me hago al lao de la güeya aunque vengan degollando; con los blandos yo soy blando y soy duro con los duros, y ninguno en un apuro me ha visto andar tutubiando. | "Não saio fora dos trilhos nem que venham degolando; c'os brandos sou sempre brando, e sou duro com os duros, e ninguém, noutros apuros, me viu andar titubeando. | |
En el peligro qué Cristo! El corazón se me enancha. pues toda la tierra es cancha, y de esto naides se asombre: el que si tiene por hombre donde quiera hace pata hancha | Ante o perigo — por Cristo! —, meu coração não remancha: qualquer chão p 'ra mim é cancha; e nisso sentido tomem: quem se tenha por bem homem faz pé firme e não se plancha. | |
Soe gaucho, y entiéndanló Como mi lengua lo esplica: para mi la tierra es chica y pudiera ser mayor; ni la víbora me pica ni quema mi frente el sol. | Sou gaúcho! — Entendam bem como meu canto o explica: a terra ante mim se achica e pudera ser maior; nem a víbora me pica, nem me queima a fronte o sol. | |
Nací como nace el peje en el fundo de la mar: naides puede quitar aquello que Dios me dió: lo que al mundo truje yo del mundo lo he de llevar." | Nasci como nasce o peixe nas profundezas do mar; ninguém me pode tirar aquilo que Deus me deu: o que aqui tenho de meu, do mundo o hei de levar." | |
(Extraído de Martín Fierro, de José Hernández, tradução de J. O. Nogueira Leiria, Martíns Livreiro, 1991) FONTE: http://www.paginadogaucho.com.br/pers/martin-02.htm |
A influência do Livro Martin Fierro e o Retorno de Martin Fierro, em oda a literatura Argentina perdura até hoje... a chamada literatura de Cone Sul, foi influenciada por José Hernadez, que a meu ver reuniu a sabedoria de uma gente... e seus provérbios com extrema sensibilidade. Antes de ser um arquétipo definitivo, é um arquétipo original, não é a palavra final do povo Argentino, ou do Gauche, como alguns críticos da literatura Argentina teimam em dizer, talves um tanto ressentidos com a fama que alcança José Hernandez. Pois foi muito Iluminado ao escrever sobre este gauche imaginário ( será? ) Martin Fierro, que é o simbolo do Corason Argentino!
"O Gaúcho Martín Fierro (ou, simplesmente, Martín Fierro) é um poema de José Hernández, obra literária de grande popularidade na Argentina. Foi publicada pela primeira vez em 1872 com o título El gaucho Martín Fierro, e sua continuação, La vuelta de Martín Fierro, surgiu em 1879.
(...)
O prestigioso escritor Leopoldo Lugones, em sua obra El payador qualificou este poema como "o livro nacional dos argentinos" e reconheceu no gaúcho sua qualidade de legítimo representante do país, símbolo da argentinidade. Para Ricardo Rojas, representava o clássico argentino por excelência. O gaúcho deixava de ser um homem "fora-da-lei" para converter-se em herói nacional. Leopoldo Marechal, num ensaio intituladoSimbolismos del "Martín Fierro", buscou-lhe uma interpretação alegórica. José María Rosa viu no "Martín Fierro" uma interpretação da história argentina.
Este livro foi traduzido em mais de 30 idiomas.
Virou filmes e canções. "