sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Canção do Amor Mitológico

Choveram meteoros em meu corpo

Em minha boca

E o sonho de queimar os teus lábios com fogo

Era querer purificar para sempre o teu verso

e a tua profecia

Com o fogo de um beijo combustivo!

Choveram pedras de estrelas

Cósmicas testemunhas da imensidão

Caíram em mim...

Em plena solidão!

E incendiaram meus olhos de alecrim

Choveram pedras de fogo em mim

Em meu corpo rubro de desejo

E brilharam na cor da noite!...

Digas:

Meu homem – Simplesmente!...

Porque astros antigos tramaram o nosso destino,

E Deuses Bárbaros disseram:

“Estes... nascerão um para o outro!...”

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Eu simplesmente comecei a escrever por causa desta mulher! Hilda Hilst!

Quando me deparei com um verso dela na Folha de São Paulo em 1999, o título era "A Profana Hilda Hilst vai ao Olímpo." Me choquei especialmente com este trecho de verso que durante muito tempo foi a única literatura dela que eu tive...

"Venho de tempos antigos. Nomes extensos: Vaz Cardoso, Almeida Prado Dubayelle Hilst... eventos. Venho de tuas raízes, sopros de ti. E amo-te lassa agora, sangue, vinho ... Amo-te, mínima como quem quer mais, Como quem tudo adivinha, lobo, lua, raposa e ancestrais. Como se pisássemos em avencas e elas gritassem vítimas de nós dois... intemporais veementes..."


Me choquei, pois eu a compreendia...! escutava-a! E hoje vejo que muitos a olham como se ela fosse mórbida ou cruel, desarmônica... importa que para mim ela é forte e para ela eu sei que ela era forte!
... ela fez parte da minha descoberta, do ser eu gente também, de poder ser forte, e gritar e dizer não quando não e sim quando sim, e despertou em mim o paladar da poesia em cada momento... Há momentos em que a poesia vem... e nos envolve... é inexplicável... me incomoda perceber que as pessoas não conseguem ver o sol na vida de Hilda e seus milhares de cachorros guardiões!... Eu não conheci Hilda Hilst, uma perda uma pena... eu sei, mas eu a compreendi e nestas coisas mágicas da vida, especialmente na vida de um homem tocado pelas artes eu tive um encontro com Hilda Hilst!... meu encontro com ela foi no teatro, quando fui assistir a peça Hilda Hilst O Espírito da Coisa... na época no Espaço Caixa Cultural em São Paulo, me assustei demais, pois quem escreveu a peça 'a viu' como eu a via, a viu real, e viu a 'Koisa' que ela era! a Força Suprema e o extremo dom de sentir a vida, a confusão é do mundo não dela!
A direção da peça é de Ruy Cortez, e eu até enviei um e-mail e ele que me respondeu muito gentilmente, fiquei chateado na época por que a atriz ( A Hilda) não me respondeu... mas passou logo, o grande ganho era ter ido ver a peça! e de graça! E ele o diretor me respondeu! Mas sem dúvida o que muito me honra! E eu fiquei louco, por que eu tinha encontrado a encarnação de Hilda ali!... ela estava incorporada! ...da energia dela! e foi um momento maravilhoso de minha morada em São Paulo, um dos melhores momentos da minha vida!... Estar ali e sentir o gosto da inspiração que era dela.. o pentecostes dela!
A concepção e a atuação ( BRILHANTE EXEPCIONAL!) é de Rosaly Papadopol, o que é interessante ressaltar aqui é que a idéia de todo o projeto dela surgiu a partir de uma matéria de jornal sobre Hilda... igual minha inspiração poética... e ela, no palco, consegue dizer quem foi esta escritora importantíssima de Lingua Portuguesa e ainda mostrar ali cruamente o seu valor histórico, artístico e cultural. Para um pais que não está nem aí pra seus poetas, onde poesia é sinônimo de 'romântico pedante na chuva gritando eu te amo para sempre Cinderela!'...esta produção vale ouro e diamantes, quero ressaltar aqui que a cenografia de André Cortez para o monólogo, que em momento algum cansa, é envolvente e surreal, o que transporta o espectador a uma dimensão compartilhada com Hilda ali em pessoa!
Vale a pena ir ver, creio eu que ainda esteja em cartaz em sampa.
Ela, com certeza, que me incendiou primeiro...
O meu maior amor poético é dela!

Dom Artístico

Quem sabe o papel do homem
nesta 'poeira'...
seja agitar a sua bandeira
para que alguém lá do alto das estrelas
possa nos enxergar...?!


. Freud, disse pra mim,
 em meu sonho nesta madrugada.

Meus Estandartes de Guerra

Meus versos são bandeiras de fogo
ao vento...!
- Estandartes de Guerra -
Há os que guerreiam com música!
Outros
com vento!
! ...e Loucos ?!...
vivem a cantar!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O Meu Sermão da Montanha

Felizes dos que respeitam o próximo

sem precisar de realezas ou mantos!...

Por que deles é o Reino Absurdo!

Felizes os que amam

e se deixam ser amados!

Pois o Paraíso nascerá de suas bocas...

E a Boa Nova primeiro de seus corações!...

Felizes os que não precisam de regras

para serem bondosos e respeitarem a vida!

Por que deles serão os afagos dos leões!

Felizes os que não precisam ter medo

para amarem a Deus...

Por que deles será o abraço amoroso do Senhor!


...


Deus que não é homem nem mulher

é uma 'Coisa'!

Uma Energia que tudo abarca...

e a tudo consome e recria... oferece e doa... desapega...

e liberta!


...


Felizes os que sabem ser como ninguém:...

eles mesmos! Únicos... verdadeiros...

sem vergonha de serem feios!

Por que deles será a Magia Divina!

Felizes dos que amam o Carnaval...

Por que estes nunca serão ruins da cabeça

nem doentes do pé!

Felizes dos que não precisam usar máscaras no Natal!...

Por que deles será o 'peru' mais grandioso!

Felizes dos que acreditam em Papai Noel,

mesmo sabendo que ele não existe!

Por que estes jamais terão seus sacos cheios!

Felizes dos que nada querem

pois estes terão o mundo!

Felizes dos que não desejam o céu

nem o inferno...

Por que deles será o Paraíso!

Felizes dos que cantam... sem saber cantar...

por que estes serão os verdadeiros poetas!...

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Marginal é a POESIA

que te PARIU!!!!!!!!!!




Violão em Chamas...

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