quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Um Poema de William Garibaldi para esta manhã e uma conversa no café


As Visões do Crucifixado

Vivo entre a miséria de ser homem
E a luz de Cristo!
...
Só morrendo para o mundo se encontra
o fogo de Deus
E existindo na doença de ser gente
se vive morto
se vive crente!
Mas quando vier aquele Nazareno
Bater a sua porta
em mendiga forma
Dando a ele um copo d´água e um sorriso
Terás abraçado o Cristo
O terás descido da cruz
por um minuto...
Quando perdoares a ofensa
Quando creres no impossível
Quando sonhares belezas...
Quando aceitares a tua miséria
Quando aliviares a dor do próximo
Quando olhares o terror do existir
ao teu redor mesmo
e no existir do outro...
Terás visto o que Ele viu
Lá do alto da cruz pregado
Donde ele pode ver
o coração do mundo
Então toma a tua cruz
e aceita
toma a tua canção
e canta
Toma a tua dor
e siga-o
Abra os olhos em teu calvário
ouse
e veja o que não tem explicação!


A Conversa

Chegou pela manhã a visita inesperada do meu amigo William Garibaldi.
E logo ao primeiro trago do cafezinho por nós dois sempre apreciado já foi dizendo:
-Ando triste com o mundo!
-Você sempre triste com o mundo! Mas não tiro sua razão...
E ele continuou dizendo coisas duras como: Quando entendemos a miséria humana vemos como somos pequenos ainda. OU as massas estão felizes nesta guerra! A guerra deixa as massas felizes. Prontas para serem feitas massas de pizza.
- Mas para que servimos? Eu sempre me pergunto isso quando me lembro de você falando dessas coisas do mundo e da sociedade humana.
-Ora, servimos para viver... - Ele respondeu com seu sorriso sábio e olhar fulminante de farroupilho. -Na verdade somos harmonizadores do planeta. Mas essa conversa é longa
e não quero falar disso agora.
-Entendo... - Disse já servindo mais café. E ele continuou quase que reclamando.
-Estamos ainda alienados. Fascinados pelo poder, sexo e comida, bem dizia Maslow!
As musicas falam de amor romântico traído ou de poder e conquista.
A cervejinha do final de semana é um simbolo de ostentação, ela quer dizer:
"Veja como eu tenho comida,posso até ter o supérfluo!"
Assim vivemos presos pela mídia e pelas artes de manobra. Presos para quê? - Ele mesmo perguntou e respondeu. - Para trabalhar mais, para sofrer mais, para alimentar os poderosos de todos os planos.
-Que visão feia de mundo você tem senhor?! - Disse eu em tom irônico, ele sabendo que eu estava sendo irônico e concordava com ele em tudo.
-Feia ou real? Este mundo é o mundo das espiações ainda, não adianta ser lindinho.
Ou se acorda pra isso ou se vive na dor. A ignorância é prazerosa.
-Mas acordados para esta realidade podemos ser felizes? - Perguntei quase sofrido.
-Sim! - Ele respondeu com um sorriso lindo. - Apenas se nos conectarmos a Fonte Criadora, e assim vencemos toda Ilusão.

Despediu-se e foi embora com seu ar de poeta do fogo. E quando colocou seu chapéu já descendo a rua. Era o profeta do Apocalipse que andava na terra naquela hora.


A Hierarquia das Necessidades notadas por Maslow



3 comentários:

chica disse...

Adorei o poema e a conversa com o William... Muito legal e o mundo anda complicado e precisamos muita luz interior pra tudo encarar! abração,chica

jair machado rodrigues disse...

Belo poema, belo e cruel diálogo...
ps. Carinho respeito e braço.

Roselia Bezerra disse...

Boa tarde de Primavera, Bil!
O diálogo consigo é verdadeiro e tem fundamento. O mundo anda estranho e acabamos por tecer versos de fogo como o de hoje.
Por sinal, haja inteligência e sensibilidade para poetar assim! Parabéns!
Tenha dias abençoados!
Abraços fraternos de paz e bem

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