O Cristo está vermelho
E meus versos são de fogo!
Sempre foram... agora então que moro no Rio de Janeiro...
E pude ver... daqui de casa mesmo, com espanto!
O Cristo se vestiu de mim! ...do meu Grito! Abusado!
da minha Paixão e delito... por querer vencer
O Cristo se vestiu do meu medo ...da brasa do meu coração!...
Da minha loucura de amar e viver!
A cor do Cristo
é vermelha!
Quem pode duvidar disto?!
Seu Raio é Ouro-Rubi. Sagrado...
seu sangue derramado!
Vermelha é sempre a cor do Rei dos Excluídos!
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Monumento ganhou iluminação especial nesta terça (31) para celebrar a data.
Campanha organizou exames de graça na Cobal do Humaitá, na Zona Sul.
Fonte: http://g1.globo.com
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O Cristo já foi iluminado de Vermelho pelo dia mundial da Luta
contra o Câncer de Mama, e ultimamente tem sido
iluminado de Rosa. Movimento Outubro Rosa - Mulher Consciente
na Luta Contra o Câncer de Mama.
Confira outras intervenções na Iluminação do Cristo:
"Mesmo sem a prévia autorização da Igreja Católica e da Prefeitura da cidade, Ducha realiza seu trabalho de arte concebido para o Prêmio Interferências Urbanas de Santa Tereza. O artista assalta o Cristo Redentor do Rio de Janeiro, colorindo-o de vermelho por meio de uma folha de gelatina colocada nos holofotes de iluminação. A gelatina ali permanece até que a segurança do monumento perceba sua presença e a retire. O artista avisa a mídia por telefone (inclusive um jornalista acompanha a ação, documentando-a) e o Cristo vermelho ganha destaque nos principais jornais da cidade, entre aplausos hesitantes e reprovações acaloradas.Cinco anos mais tarde, na ocasião do aniversário de 440 anos da cidade, uma francesa, Agnès Winter, ilumina o Cristo de azul. “Parece que estamos juntos com o Cristo em uma imensa nuvem”, celebrou o cardeal da cidade no jornal que reprovara, como ato de vandalismo, a ação do artista carioca. Nenhuma referência a Ducha e tampouco a Yves-Klein, cujo gesto (também interdito na época de sua concepção, o ano de 1958), de iluminar o obelisco de azul da Place de la Concorde em Paris, é a referência mais que evidente. Entre o inferno e o céu, tal contenda (ou querela para ficarmos nas tradições da arte) faz-nos lembrar a canção que diz: Rio 40 graus, cidade maravilha, purgatório da beleza e do caos.
Ducha parece transitar entre as várias concepções e abordagens relacionadas à tradição escultórica e sua migração ao “campo ampliado”, na expressão de Rosalind Krauss: intervém fisicamente em um monumento específico, infiltra-se estratégica e criticamente em espaços, instituições e na mídia para confrontar seus “circuitos ideológicos” (expressão emprestada de Cildo Meireles) e seus sistemas de poder. Se "público" é o campo midiático no qual a natureza de um fato é determinada e legitimada, Ducha realiza ações que buscam ganhar representação justamente aí. E se o jornal substitui a narrativa mítica na legitimação dos fatos, se a mídia tem poder de conceder valor de verdade, ainda que por quinze minutos, se a mídia tem poder de eleger e depor presidentes, como duvidar do estatuto de um fato por ela apresentado e testemunhado por tantos? E se o fato ganhar estatutos distintos em jornais diferentes? Afinal, um dos jornais carioca o reconheceu como arte, o outro, como vandalismo.
Um dos primeiros artistas a realizar uma incursão nas páginas de um jornal foi Yves Klein, a referência inevitável do Cristo Vermelho. Yves Klein substituiria a primeira página do suplemento Dimanche do jornal France Soir, de 27 de novembro de 1960, inserindo nela uma montagem fotográfica em que o artista ‘mergulha no vazio’. Na manchete, lia-se: Théatre du Vide. Nos subtítulos: Actualité, Sensibilité pure, Le peintre de l’espace se jette dans le vide. Distribuindo os exemplares entre amigos e nos quiosques de Paris, o artista interferiria diretamente sobre o processo de divulgação do terceiro Festival de Arte de Vanguarda de Paris, estendendo sua ação além das artes visuais. Celebrava, assim, o Dia Mundial do Teatro e anunciava uma nova era: a revolução do azul, o mergulho na imaginação e na vida." Trecho da tese de Marisa Flórido: Nós, o outro, o distante: o espectador da arte contemporânea, defendida na Pós-Graduação em Artes Visuais na EBA / UFRJ, em 2006.
Fonte: http://www.polemica.uerj.br/pol17/cimagem/p17_art_ducha2.htm
Ducha parece transitar entre as várias concepções e abordagens relacionadas à tradição escultórica e sua migração ao “campo ampliado”, na expressão de Rosalind Krauss: intervém fisicamente em um monumento específico, infiltra-se estratégica e criticamente em espaços, instituições e na mídia para confrontar seus “circuitos ideológicos” (expressão emprestada de Cildo Meireles) e seus sistemas de poder. Se "público" é o campo midiático no qual a natureza de um fato é determinada e legitimada, Ducha realiza ações que buscam ganhar representação justamente aí. E se o jornal substitui a narrativa mítica na legitimação dos fatos, se a mídia tem poder de conceder valor de verdade, ainda que por quinze minutos, se a mídia tem poder de eleger e depor presidentes, como duvidar do estatuto de um fato por ela apresentado e testemunhado por tantos? E se o fato ganhar estatutos distintos em jornais diferentes? Afinal, um dos jornais carioca o reconheceu como arte, o outro, como vandalismo.
Um dos primeiros artistas a realizar uma incursão nas páginas de um jornal foi Yves Klein, a referência inevitável do Cristo Vermelho. Yves Klein substituiria a primeira página do suplemento Dimanche do jornal France Soir, de 27 de novembro de 1960, inserindo nela uma montagem fotográfica em que o artista ‘mergulha no vazio’. Na manchete, lia-se: Théatre du Vide. Nos subtítulos: Actualité, Sensibilité pure, Le peintre de l’espace se jette dans le vide. Distribuindo os exemplares entre amigos e nos quiosques de Paris, o artista interferiria diretamente sobre o processo de divulgação do terceiro Festival de Arte de Vanguarda de Paris, estendendo sua ação além das artes visuais. Celebrava, assim, o Dia Mundial do Teatro e anunciava uma nova era: a revolução do azul, o mergulho na imaginação e na vida." Trecho da tese de Marisa Flórido: Nós, o outro, o distante: o espectador da arte contemporânea, defendida na Pós-Graduação em Artes Visuais na EBA / UFRJ, em 2006.
Fonte: http://www.polemica.uerj.br/pol17/cimagem/p17_art_ducha2.htm
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Imagem Utilizada nesta postagem: http://www.flickr.com ( AMO! )